A autoprodução de energia, apesar de não ser novidade, se tornou uma tendência no mercado atual, sendo uma prática mais comum entre usinas eletrointensivas, ou seja, aquelas mais sensíveis ao insumo energia elétrica. Por conta das inúmeras vantagens que ela oferece, como economia e desenvolvimento sustentável, seu uso vem sendo gradativamente mais explorado pelas grandes empresas.

As novas necessidades e demandas, principalmente quando se fala do uso de fontes de energia renováveis, impulsionaram o crescimento dessa prática. E hoje, com tecnologias cada vez mais inovadoras, o ambiente se torna mais propício para o uso da energia provinda da autoprodução, além de mais atrativa e necessária.

 

O que é Autoprodução de Energia e como ela funciona?

Autoprodução é a prática de gerar sua própria energia elétrica, para suprir, total ou parcialmente, suas necessidades energéticas. Atualmente, é possível utilizar qualquer fonte de energia, e apesar da mais comum ser a biomassa, usinas hidráulicas de pequeno porte, solares ou eólicas também são usadas.

O autoprodutor de energia elétrica investe na construção de uma usina, que pode ser instalada tanto no mesmo local onde o consumo será feito quanto em um local diferente.

Para ser um autoprodutor de energia, o consumidor deve operar no Ambiente de Contratação Livre (ACL), o que significa ter uma demanda mínima de 500kW. Caso a sua autoprodução ultrapasse o volume usado para consumo, é possível vender o excedente. Para isso, o autoprodutor precisa estar registrado na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE).

 

O cenário da autoprodução e o mercado livre de energia em expansão

Apesar da autoprodução no Brasil ter ganhado força em 1980, com a utilização do bagaço da cana-de-açúcar, e se tornado tendência em 1990 com as construções de hidrelétricas, foi apenas nos últimos 5 anos o mercado teve seu retorno. Isso porque o aumento de restrições ambientas para novos projetos hidrelétricos causou a redução dos investimentos na autoprodução.

Porém, o mercado está sendo novamente impulsionado com a chegada de novas tecnologias, como a energia solar, e os novos modelos de negócios, já que há uma busca por soluções mais sustentáveis e eficientes a longo prazo, como o consumo de fontes renováveis de energia.

Estima-se que em 2023, a autoprodução responderá por 20% do consumo de energia do Brasil. Isso se dá pela expansão do Mercado Livre de energia, que além de trazer mais segurança na garantia de suprimento energético, reduz custos e pode até ser rentável.

 

Vantagens e benefícios da autoprodução de energia

As novas tecnologias têm tornado a autoprodução de energia cada vez mais atrativa e o número de empresas adeptas à essa prática no Brasil é cada vez maior.

Para empresas com um custo de energia alto, que estão dentro do mercado livre, gerar a própria energia significa uma redução desses custos. Não se economiza apenas com as despesas de consumo, mas também com encargos, principalmente os referentes à contribuição da CDE, CCC e PROINFA.

Além disso, a autoprodução de energia também proporciona segurança, tanto na garantia do suprimento de energia quanto aos riscos em relação aos valores. Isso porque ela permite prever melhor os custos e trazer estabilidade de preços, além de aumentar a competitividade.

Outro ponto interessante da autoprodução é que, ao gerar energia superior àquela consumida pela empresa, ela pode vender esse excedente. Então, essa alternativa se torna uma oportunidade de renda extra para o autoprodutor.

Existe também a preocupação com o meio ambiente e o uso de fontes renováveis. Por isso, a autoprodução é uma alternativa sustentável, já que as tecnologias atuais permitem explorar melhor o uso dessas fontes, como a solar e a eólica. Isso possibilita gerar e consumir energia limpa, além de neutralizar a pegada de carbono.

É visível que a autoprodução de energia é um tema que deverá continuar em alta nos próximos anos, principalmente no cenário atual de crise hídrica, altos custos e apelo sustentável.

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